Analisar os números e estatísticas de um setor dentro de um período sempre traz informações interessantes. Observar atentamente o que acontece ao redor e os movimentos de mercado, o que pulsa de fato no dia a dia também é muito importante. Esse exercício pode ser sofrido, mas é necessário para qualquer empresário que se esforça para conduzir uma gestão com o mínimo de planejamento.
Um estudo do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), divulgado no final de 2012, por exemplo, nos apontou alguns números de avaliação do segmento. A pesquisa apurou que os 136 maiores operadores logísticos do país arrecadaram juntos R$ 49 bilhões, 1,6% a mais que o faturamento alcançado em 2011. Quem está próximo desse meio sabe que muitos desses empreendedores e gestores trabalham duro para manter-se competitivos, investem pesadamente em inovação tecnológica e em ferramentas de retenção e capacitação profissional. Se quiserem sobreviver, precisam dedicar tempo a outra tarefa também: a de avaliar continuamente suas margens, sob pena de não conseguirem operar com a qualidade que o mercado exige e seus clientes merecem.
Cumprindo-se toda essa dinâmica, o resultado é muito bom? Nem sempre. Mesmo com toda a sofisticação promovida pelo empresariado do setor, nem sempre a conta fecha. O resultado não é exatamente uma correspondência justa em termos de barateamento dos serviços e preço melhor para o consumidor final. Com uma infraestrutura deficitária em todos os modais, cujas melhorias ficam sempre nas promessas de campanha sem nunca se concretizarem, o fluxo logístico reproduz os déficits de um lugar complexo chamado Brasil.