Os coeficientes de exportação (CE) das indústrias geral e de transformação apresentaram alta de 0,6 p.p - fechando em 19,5% e 16,4% respectivamente - na comparação anual, embora tenham permanecido estagnados nos três últimos trimestres de 2011. “A desvalorização cambial de 10% proporcionou melhora na competitividade dos produtos brasileiros no exterior, garantindo a elevação do CE”, explicou Giannetti.
O diretor alerta para um cenário de movimento de substituição de produtos nacionais no consumo interno brasileiro que, caso seja mantido pelos próximos anos, levará o Brasil a aprofundar a atual conjuntura de perda de participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB).
“A maior preocupação dos industriais é que o crescimento do consumo no Brasil não está beneficiando a indústria nacional. Ele está sendo capturado, quase que completamente, pelos produtos importados e isso, ao invés de criar emprego e renda aqui, cria lá fora.” Dessa forma há uma ruptura no círculo “consumo-produção –renda –consumo”, uma vez que o dinheiro que incrementaria a economia do Brasil vai para o exterior.
Os dados também mostram que a taxa de crescimento das exportações foi superior a da produção. A indústria geral apresentou elevação de 3,4% nas exportações sobre 2010, enquanto o crescimento da produção no mesmo período foi de apenas 0,3%.
“Houve crescimento da economia brasileira, mas a indústria não contribuiu para isso. Os responsáveis foram a agricultura, comércio e serviços. Tanto que o setor produtivo apontou queda de 1,6% no último trimestre de 2011 e manteve os patamares se considerada a média anual”, finalizou Giannetti.
SETORES - O coeficiente de importação apresentou alta em 27 dos 33 setores analisados, sendo que 23 atingiram patamares recordes na série. Destaque para o setor de produtos têxteis, cuja participação dos importados cresceu de 19,6% em 2010 para 24,1% em 2011; setor de artigos do vestuário e acessórios, com alta de 3,2 p.p. no mesmo período e setor de máquinas que expandiu de 47,2% para 52%.
Entre os setores que registraram retração no CI, em 2011, vale destacar o deiderurgia (12,9%) e aeronaves (45,4%) que apontaram queda de 3,9 p.p. e 1,8 p.p., respectivamente.
Dos 33 setores analisados pelo coeficiente de exportação, 16 apresentaram alta em relação a 2010, sendo que apenas o setor de produtos farmacêuticos registrou recorde na série histórica (8,2%, com aumento de 1p.p.). O setor de máquinas e equipamentos para extração mineral e construção foi o único que registrou elevação nas variáveis produção industrial (9,8%) e exportações (24,2%) na comparação com o ano anterior.
Todos os demais apresentaram o cenário de queda na produção e elevação das exportações, respectivamente: ferro-gusa e ferroliga (-3,0% e +23,4%); tratores e máquinas e equipamentos para agricultura (-5,2% e 10,6%); siderurgia (-0,3% e 20,2%); e produtos têxteis (-14,4% e 11,0%).
Entre os setores que mais apresentaram queda no CE, o de calçados merece destaque, já que mantém trajetória decrescente desde o início da série em 2003. Em 2011, com uma participação de 17%, o setor atingiu o menor nível histórico do coeficiente.
Fonte: www.dci.com.br - Panorama Brasil
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